Rio Piracicaba permanece em estado de emergência

14/01/2016 23:43

O rio Piracicaba voltou a encher após as chuvas que atingiu Piracicaba (SP), nesta quinta-feira (14). Por volta das 16h10 a profundidade do manancial era de 4,88 metros. Já às 18h20, na região da Rua do Porto, ponto turístico do município, o rio atingiu os 5,03 metros e a vazão ultrapassou os 615 mil litros por segundo. Às 23h30, a profundidade do rio chegou a 5,66 metros.

O manancial continua em estado de emergência e o extravasamento permanece desde terça-feira (12) quando trasbordou. Segundo nota divulgada pela Defesa Civil, até as 16h de quarta-feira (13), dez famílias dos bairros Bongue, IAA, Vila Rios e da Região da Rua do Porto foram tiradas de suas casas. "As famílias tiveram seus pertences levados para casa de parentes. A defesa civil continua com suas equipes de plantão acompanhando a situação pluviométrica da região", disse o órgão.

Medidas - Conforme dados do Daee (Departamento de Água e Esgoto), para que o rio Piracicaba entre estado de atenção o nível do manancial atinja os 3,20 metros. Se o nível da água subir para 3,70 metros é considerado estado de alerta. O rio entra em emergência caso ultrapasse os 4,20 metros. É considerado extravasamento se o Piracicaba atingir 4,70 metros.

Dramas - Era impossível passar pela avenida Alidor Percorari ma noite de terça-feira, pois boa parte da via foi tomada pelas águas que chegou até o lago do Parque João Hermann Netto . Moradora há 40 anos próximo ao Casarão do Turismo, Vera Araújo temia que as águas atinjam sua casa. Com a ajuda da família, ela retiva os movéis da residência. Vera mora com mais três pessoas e teve que passar a noite na casa de parentes.

Assustada, uma moradora do Largo dos Pescadores não quis conversar com a reportagem. "Até briguei com a vizinha", relatou. Já Maria Cristina dos Santos, é moradora no mesmo local há 54 anos e disse que não é a primeira vez que enfrenta enchentes. "Sempre levei enchentes assim, Em 2011 perdi tudo, não deu tempo. Quando acontece isso, levantamos os móveis ou tiramos, e colocamos no barracão da Irmandade do Divino. Hoje ficaremos acordados para ver o que acontece. Estou na expectativa", disse.

O comerciante Wilson Josué Camossi, não abre seu estabelecimento as terças, mas desta vez foi inevitável. "Caso a aguá entre, é claro, que terei prejuízo financeiro. Tem que gastar água, que está cara, produtos de limpezas", ressaltou Camossi. Com a situação, muito lixo acumulou nas margens e era possível perceber um cheiro muito forte.

 

Reportagem: Reinaldo Diniz/ME