Mistérios do corpo: Lúpus

27/11/2013 14:21

“Muitas dores nas articulações, principalmente nas mãos e tornozelos”, esses são os sintomas que a enfermeira Karina Davoli, 34, portadora de Lúpus, enfrenta durante quatro anos.

Lúpus é uma doença crônica autoimune, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico. Afetando principalmente mulheres e jovens. Karina conta que fez diversos exames que não constavam nenhuma alteração, “mas eu me sentia cada vez pior, mais cansada, mais indisposta, com muita dor”, até que começou a aparecer feridas em sua pele. Foi quando ela procurou um dermatologista que a diagnosticou com vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos) e a encaminhou a um reumatologista que comprovou que é Lúpus associado à inflamação.

Com dores constantes, Karina diz que quando sua mão fica inchada, mal consegue colocar um anel em seu dedo, cita também que gosta muita de usar sapatos de salto, porém é impossível utilizá-los devido as dores. Como a doença estava em um estágio bem avançado, onde não melhorava com medicamentos, ela iniciou um tratamento de quimioterapia, onde a fez perder todos os cabelos “Foi difícil o impacto da queda do cabelo, porque perdemos a nossa feminilidade. Mas com o tempo acabei me acostumando e precisei usar lenços por dois anos”.

A enfermeira karina Davoli superou e deu a volta por cima (Foto: Karina Davoli/Arquivo pessoal)

 

Karina conta que nunca deixou de trabalhar e por ser enfermeira, muitas vezes a angustiava, pois sabia tudo que iria acontecer. “Mas não deixei que a doença ou o tratamento parasse com minha alegria. Me esforçava ao máximo para manter uma vida normal”.

Ela continuou trabalhando e realizando todas as suas atividades. Foi quando teve a ideia de criar um grupo na cidade onde mora, Limeira, para portadores de doenças autoimune, pois queria ajudar como enfermeira e estar ali também como paciente.

Com a missão de ajudar, apoiar e trocar experiências, o grupo Amor e Equilíbrio, também procura trazer as famílias dos portadores, “pois se a família não estiver preparada para lidar com esses portadores, a doença acaba piorando”, disse a enfermeira. Para Karina é muito gratificante ter fundado o grupo, “pois as pessoas que chegavam nas primeiras reuniões extremamente depressivas por achar que morreria, hoje estão sorrindo e conseguem ver a beleza da vida”, conta.

Qualquer pessoa, portadora ou não de doenças autoimune, podem participar do grupo. As reuniões ocorrem sempre na primeira quinta-feira de cada mês, às 19h30m, no Salão da Igreja São Joao, na Av. Farmaceutico Jacob Fanelli, s/n.

 

Reportagem: Reinaldo Diniz