Martha Hite Watts, 170 anos: uma face das muitas contribuições para educação nacional

13/02/2016 10:28

 

Silvana Meirielle Cardoso | Graduanda em História pela Universidade Metodista de Piracicaba

 
 

Em 13 de Fevereiro de 1845 nascia nos Estados Unidos a missionária Martha Hite Watts. Fazer memória de seu aniversário natalício, edifica o grau de significação e importância da missionária, que exerceu um profícuo trabalho em diversas regiões do Brasil.

Suas ações continuam vivas na História e na Memória contida nos livros, cartas, produções desenvolvidas no campo da História da Educação, além dos colégios fundados pela missionária, dentre eles o Colégio Piracicabano, considerado um importante estabelecimento de ensino, ele foi a primeira escola Metodista a ser criada de forma efetiva no Brasil.

A vinda da missionária para a cidade de Piracicaba (SP) se deu grande medida através de líderes políticos locais, entre eles, Prudentes de Moraes e Manoel de Moraes, ambos militantes do Partido Republicano na região, eles contataram um pastor metodista imigrante que morava em Santa Barbara d’Oeste (SP), este por fim, acabou por servir de “ponte” entre os interesses vingados pelo grupo brasileiro e o norte americano, desta forma considera-se que a vinda da missionária especificamente para a cidade de Piracicaba nos mostra o quanto a missão educativa estava atrelada a República vicejante, que aconteceria alguns anos depois.

Martha Watts possuía a missão de abrir uma escola portadora de uma pedagogia inovadora, a questão educacional será uma das principais preocupações dos diversos projetos para a república, a associação do império como retrógrado se deu no âmbito regimental político e também no âmbito educacional, uma vez que as implementações e reformas educacionais imperiais não obtiveram muito sucesso.

Em setembro de 1881, o Colégio Piracicabano abre suas portas em uma casa alugada começando com apenas uma única aluna, tal quadro mudaria no decorrer dos anos, o Colégio encontrou algumas dificuldades, de acordo com um relato nas cartas da missionária, os metodistas precisavam conquistar a confiança dos pais, para que se sentissem seguros para matricular seus filhos no Colégio.

Apesar das dificuldades encontradas na missão educacional metodista, o Colégio foi gradualmente construindo uma fina reputação não só na cidade, mas também, na região. A instituição passou a ser constantemente referenciada e lembrada por seus métodos, e principalmente por sua fundadora. Em diversos momentos foi elogiada pelo trabalho desenvolvido a frente do colégio, entre as diversas atividades, a missionária se destacou pela promoção dos exames escolares, tal iniciativa se deu há menos de um ano após a abertura do Colégio Piracicabano. Ela se deixou guiar por normas e práticas próprias de outra matriz cultural, difundiu assim seus princípios basilares na formulação de um modelo pedagógico diferente aos aqui praticados.

A iniciativa da missionária será duradoura, nos anos seguintes a instituição continuará com a promoção dos exames escolares, que se transformaram em verdadeiras “festas”. Nessas ocasiões, Piracicaba tomava contato com a cultura escolar do colégio, assim o saber cultivado no âmbito escolar não se circunscrevia apenas ao ambiente escolar mais passou a estabelecer contato com a sociedade como um todo.