“Deus é quem sabe”, afirma Leci Brandão sobre volta de Dilma ao poder

08/07/2016 07:42

Na noite desta quinta-feira (7), a cantora e deputada Leci Brandão (PC do B) usou uma escadaria em frente ao TCI (Terminal Central de Integração), em Piracicaba (SP), e mostrou sua “decepção” com o atual governo federal.

“Estou extremamente decepcionada com o governo Temer. Primeiro, porque é um governo ilegítimo, segundo, ele está fazendo um monte de coisa errada”, disse a parlamentar. Ela também comentou a ausência de mulheres nos Ministérios. “É uma vergonha”, expressou.

A opinião da parlamentar foi apresentada durante um ato promovido pelo Frente Brasil Popular (FBL) e pelo Movimento Secundarista em Luta (MSL). “Fizemos essa manifestação para mostrar nossa indignação com os governos estadual e federal, além de apoio à Dilma Rousseff (PT)”, explicaram Sarah Montrazio, 16, e Ronaldo de Almeida, 36, representantes do MSL e FBL, respectivamente.

A deputada iniciou sua fala dizendo que o atual momento do Brasil é “delicado”. “Não dá para entender como retira uma mulher do poder sem ter culpa de nada”, disse Leci, se referindo à Dilma. “Fiz a campanha dela e não me arrependo de nada”.

Ela ainda classificou o atual governo como “homofóbico, preconceituoso e reacionário”. “Tenho 40 anos de carreira, e durante toda minha caminhada brigo em defesas das questões sociais e dos seres humanos. No governo de Lula tivemos alguns avanços, mas agora, pararam tudo”, afirmou a deputada. “Independente da religião, raça, orientação sexual, o Brasil é um país da diversidade”, complementou.

“Estamos vivendo um retrocesso político e econômico. Sabe como temos que mudar? Indo às ruas e tirando essa corja de lá”, salientou a parlamentar.

Questionada pela reportagem da Matéria Emplacada se há a possibilidade da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) em resumir ao cargo de Presidente da República, a deputada apenas disse que “Deus é quem sabe. Eu gostaria muito”.

Ato

Com faixas, apitos, bandeiras e tambores, os dois grupos entoavam gritos e músicas de protestos. Em diversos momentos, os manifestantes ocuparam as três faixas da avenida Armando Salles de Oliveira. O trânsito ficou parado. Muitos motoristas desceram dos veículos e gritaram indignados com os manifestantes. Para fugir do congestionamento, um motociclista trafegou pela calçada.

A Guarda Civil, a Semuttran (Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes) e a Polícia Militar acompanharam o ato, que instruiu os manifestantes a ocuparem parcialmente a via. “Não pode fechar o trânsito completamente”, disse um policial. Houve conflito entre dois manifestantes e a PM, que teve apoio do helicóptero Águia.

A população também mostrou apoio ao movimento. “Sou professor há 25 anos, e desde o ano passado a categoria não recebe reajuste salarial. O Governo do Estado de São Paulo desvaloriza a nossa profissão. O povo tem mesmo é que lutar”, disse Magno Peres Rodrigues, 56.

A maioria dos manifestantes foi formada por adolescentes. “A juventude vai dando um exemplo fantástico. Eles vão pela inteligência, sabem que é o canalha e o direto. Fico feliz em saber que uma parte de Piracicaba está aqui”, ressaltou Leci Brandão. O ato durou duas horas e meia, e participaram cerca de 6 mil pessoas, conforme estimativa de Ronaldo Almeida. A PM disse que não foi contabilizado o número de manifestantes.

 

Reportagem: Reinaldo Diniz/ME

Fotos: Reinaldo Diniz/ME