Apaixonados colocam cadeados em ponte piracicabana para selar o amor

28/12/2015 17:52

Atualizado em 28/12/2015, às 14h57

A tradição de colocar o ‘cadeado do amor’ é comum na Europa, mas ao longo dos anos, surgiram novos adeptos e desta vez a moda chegou em Piracicaba (SP).

A lenda conta que os casais fixam os cadeados em uma ponte como forma de “prender” o amor. As chaves são lançadas da ponte para simbolizar o amor eterno. Em Piracicaba, o cenário ideal para os apaixonados é a ponte pênsil ‘Tião Carreiro’, sobre o rio Piracicaba, que liga a avenida Beira-Rio ao Engenho Central. Na manhã desta segunda-feira (28), a reportagem da ME contou oito cadeados. Em vários deles, os nomes dos apaixonados estão gravados no objeto como Vera e Denílson, e Gisele e Ronaldo. A prática pode ser romântica, mas não é aceita pelos moradores. Todos os entrevistados reprovaram a ideia.

Para a jornalista Jennifer Morel, 23: “o amor não deve ser ligado. Existem outras formas de amar”. O namorado Renato Razera, 24, também ressaltou que os pesos dos cadeados podem afetar a segurança da ponte.

Retirada dos cadeados na capital francesa

De acordo com o jornal O Globo, a prefeitura de Paris instalou paineis de vidros para coibir o ato. Autoridades locais estimam que os objetos representem um peso extra de aproximadamente 54 toneladas apenas nesta ponte, que atravessa o rio Sena entre o Louvre e a Academia Francesa de Letras, conforme noticiou o jornal.

De Piracicaba até Paris

Em 2014, com cinco anos de namoro, a estudante Ana Carolina Brunelli, 20, e a analista administrativa Amanda Vinhas, 27, saíram de Piracicaba, visitaram Paris e realizaram a tradição na Pont des Arts. “Paris tinha um significado importante pra nós, e a Carol sempre quis colocar o cadeado. Então dei de presente um cadeado gravado”, afirmou Amanda. Mas para a analista, “um lugar ou outro já é suficiente”. 

Segundo Ana Carolina, o ato de colocar os objetos é emocionante, mas em Piracicaba, os objetos irão mudar a estrutura e característica da ponte. “Lá em Paris existem milhões de pontes, diferente daqui que só tem uma e é ponto turístico”, disse.

Prefeitura

A diretora do Parque do Engenho Central, Maria de Fátima Silva, disse, em nota, enviada pela prefeitura, que valoriza a cultura parisiense, mas não aprova a prática. De acordo com a diretora, os cadeados comprometem a estética e a estrutura da ponte. “Colocando em risco a integridade física dos turistas e causando danos ao patrimônio público”, afirmou. A prefeitura disse também que a Semac (Secretaria da Ação Cultural), responsável pelo parque, faz a manutenção constante da ponte e, sempre que encontra os objetos, faz a retirada imediata.

Ponte

Com 72 metros de extensão, a ponte pênsil foi inaugurada em 1992 e é considerada uma obra de arte da engenharia, como afirma a prefeitura. Toda a sua estrutura é sustentada por cabos de aço e madeira. Em 2013, a administração começou com um processo de recuperação. Segundo o Executivo, durante a reforma, foi construída a estrutura de proteção da ancoragem dos cabos na extremidade da avenida Beira-Rio, tratamento contra ferrugem, pintura, substituição de peças de treliças e do tabuleiro de madeira.

 

Reportagem: Reinaldo Diniz/ME

Foto: Reinaldo Diniz/ME